terça-feira, 21 de maio de 2013

Evite sete erros de alimentação que prejudicam o crescimento dos músculos

Pular refeições e esquecer dos principais nutrientes são alguns dos deslizes mais comuns.

Treinar horas e horas a fio é o seu forte, mas você sai correndo da academia e não come nada. Erro feio. "Para que haja ganho de massa muscular, duas coisas são fundamentais: o estímulo ao músculo e uma alimentação que contemple todos os nutrientes", explica o nutricionista Israel Adolpho, especialista em esporte. Carboidratos, proteínas e até as gorduras merecem importância redobrada para quem quer ver os músculos crescerem. Agora que você já sabe que não adianta só puxar ferro, mas que também é preciso compor bem o prato para formar a massa muscular, confira quais são os deslizes mais comuns da alimentação que impedem os músculos de crescerem e risque-os de uma vez por todas do seu cardápio.

Cortar o carboidrato e exagerar na proteína
O carboidrato é a primeira fonte de que o nosso corpo dispõe para gerar energia. Se a quantidade deste nutriente na alimentação não estiver adequada, o organismo lançará mão da proteína para exercer esse papel, impedindo que ela agregue à formação muscular. Ou seja, para que a proteína seja bem aproveitada, o carboidrato tem que estar presente.

"As proteínas, por sua vez, devem ser consumidas nas quantidades corretas, ou seja, sem ultrapassar o limite de dois gramas de proteína por quilo de peso ao dia", explica a nutricionista Leila Froeder, da clínica Vivid. Carne e ovos são fontes de proteína: um bife de contra filé de 100 gramas tem aproximadamente 30 gramas de proteínas e o ovo de galinha tem cerca de cinco gramas do nutriente. "O excesso desse nutriente pode gerar sobrecarga renal e perda óssea".

lorias - foto: Getty Images

Pensar mais na quantidade que na qualidade das calorias

Ficar atento à quantidade de calorias ingeridas é importante não só para quem quer emagrecer, mas para qualquer pessoa que mantenha uma dieta equilibrada. Mas ainda mais indispensável é prestar atenção na qualidade das calorias. Todos os nutrientes merecem destaque no seu prato. Israel Adolpho explica que as proteínas são fundamentais para a construção de massa muscular, mas os carboidratos também ajudam no processo, uma vez que irão liberar energia para a atividade, poupando as proteínas para atuar na construção dos músculos. Gorduras, vitaminas, fibras e outros componentes também têm que estar presentes. Para um efetivo ganho de massa muscular é preciso que sua alimentação seja balanceada e contemple todos os grupos da pirâmide alimentar.

Todo cuidado é pouco: a nutricionista Leila Froeder, da clínica Vivid, chama atenção para os transtornos alimentares que a preocupação excessiva com o consumo de calorias, gorduras, proteínas e carboidratos pode gerar. "Para evitar erros, consulte um nutricionista, que elaborará um cardápio capaz de gerar ganho de massa muscular sem riscos à saúde".
 
Alimentação inadequada- foto: Getty Images

Pular refeições

O praticante de musculação deve se alimentar, no mínimo, a cada três horas. "Para que a massa muscular seja desenvolvida, em nenhum momento o organismo pode ficar sem a disponibilidade de nutrientes", conta o nutricionista Israel Adolpho. Fazer apenas três refeições por dia pode determinar a falta de combustível para a hipertrofia muscular, impedindo que o ganho de músculos atinja seus níveis ideais.
 
Comer antes do treino - foto: Getty Images

Não comer antes e depois do treino

A nutricionista Leila Froeder explica que consumir pequenos lanches, um antes e outro depois do treino, são indispensáveis não só para o ganho de massa muscular, como também para um bom desempenho durante a atividade física. "Esse aporte energético permite níveis adequados de glicose sanguínea durante o treino, melhorando o desempenho e evitando fadiga", conta a nutricionista, que recomenda o consumo de carboidratos de baixo índice glicêmico, que liberam a glicose de forma constante, evitando picos. Uma pera, por exemplo, contém esse tipo do nutriente. "Logo após o treino, o lanche deve conter carboidratos de alto índice glicêmico e proteínas, que ajudarão na recuperação da energia e formação dos músculos". A combinação de banana e mel, a vitamina de frutas e as barrinhas de cereais são boas opções.
 
Alimentação restritiva - foto: Getty Images

Retirar toda a gordura da alimentação

A nutricionista Roseli Ueno, da Unifesp, explica que, de acordo com a American Heart Association, até 30% das calorias da dieta devem ser provenientes de gorduras para que o organismo funcione perfeitamente. Vale dar preferência às gorduras boas, chamadas de poli e monoinsaturadas, que fornecem energia e saciedade, presentes nas castanhas, nozes, linhaça e azeite de oliva. Vale lembrar que as gorduras monoinsaturadas e polifenóis, presentes no azeite, por exemplo, impedem a oxidação de tecidos, processo que leva ao envelhecimento dos músculos e diminui os níveis de colesterol ruim, o LDL, na corrente sanguínea.
 
Suplemento alimentar - foto: Getty Images

Apostar só no suplemento alimentar

Os suplementos alimentares podem ser bons aliados inicialmente - desde que indicados por um profissional -, mas o que deve predominar sempre é o consumo equilibrado de nutrientes. A nutricionista Leila Froeder explica que o consumo excessivo de proteínas por meio de suplementos leva o organismo a usar este nutriente como fonte energética, se não houver a quantidade necessária de carboidratos na dieta, gerando toxinas que sobrecarregam os rins e causam perda óssea.
 
Consumo de bebidas alcoólicas - foto: Getty Images
 

Consumir bebidas alcoólicas

Israel Adolpho explica que o álcool causa desidratação, sobrecarrega órgãos como rins, fígado e cérebro, afeta a força e o equilíbrio e ainda faz com que a reserva de glicogênio hepático, matéria prima da formação dos músculos, seja comprometida, levando a uma diminuição do rendimento do treino. "Se o objetivo for o ganho de massa muscular, o praticante deve evitar o consumo de álcool pelo menos entre as sessões de treino", explica Israel Adolpho.  

Conheça a melhor fruta para emagrecer, reduzir o colesterol e a pressão alta

Veja as melhores aliadas para tratar o diabetes, prevenir a azia, entre outros problemas

O consumo de frutas é muito importante para uma alimentação equilibrada. Quanto maior a variedade delas, melhor para a nossa saúde, já que suas diferentes cores garantem uma quantidade maior e mais variada de fitoquímicos, elementos que fazem bem para a nossa saúde. "As frutas possuem cores diferentes, pois tem vitaminas e minerais em diferentes quantidades", explica o nutricionista Israel Adolfo. Porém, essas propriedades variadas garantem efeitos específicos em alguns casos, o que faz com que algumas frutas sejam muito importantes para o dia a dia. O ideal é consumir de três a cinco porções diárias para obter a quantidade de vitaminas, nutrientes e fibras que o organismo necessita para funcionar. Mas já que a ideia é otimizar os benefícios dessa turma para a sua saúde e para a dieta, está na hora de fazer as escolhas certas. Veja que frutas você não pode deixar de incluir no cardápio, de acordo com a necessidade:

Maçã para dar saciedade e reduzir o inchaço

A chave para o emagrecimento está em reduzir as calorias ingeridas e aumentar as gastas. Para ter sucesso na primeira empreitada, aumentar a saciedade é essencial, e as frutas em sua maioria oferecem essa característica. "Todas são muitos importantes no processo de diminuição da gordura corporal, pois são ricas em fibras e proporcional uma grande oportunidade de mastigar. Para isso, índico frutas mais duras, como a maçã", classifica o nutricionista Israel Adolfo.

Para completar o combo, a mação oferece outras vantagens, como a presença de pectina. "Esse é um tipo de fibra solúvel que se transforma em gel no estômago e arrasta a gordura para fora do organismo", ensina a nutricionista e clínica Daniela Jobst, membro do Centro Brasileiro de Nutrição Funcional no Brasil. Suas fibras insolúveis da casca ficam no estômago por mais tempo, retardando mais ainda a fome. E fechando o currículo da fruta, ela ainda tem uma boa quantidade de potássio, nutriente que elimina o sódio extra do corpo, reduzindo a retenção de líquidos e, com ele, parte do inchaço.
 
Abacate - Foto: Getty Images

Abacate para reduzir o colesterol

Essa fruta é rica em gordura monoinsaturada, aquela considerada amiga do nosso organismo. "O ácido oleico, a mesma gordura do azeite de oliva, protege os vasos sanguíneos e o coração contra infartos, tromboses, entupimento das veias, doenças cardíacas e bloqueia a ação do LDL, chamado de colesterol ruim", explica a nutricionista Daniela. Por isso, o consumo regular do abacate reduz os níveis de colesterol total e eleva os de HDL, o chamado colesterol bom. Mas vale um alerta, já que a fruta tem muitas calorias. "Para apresentar apenas os benefícios, deve ser consumida na quantidade de uma colher de sopa ao dia", ressalta Israel Adolfo. E nada de consumi-lo com açúcar, prefira o cacau em pó se há necessidade de incrementar o gosto, como sugere a nutricionista clínica Nicole Trevisan.
 
Banana - Foto: Getty Images

Banana para diminuir a queimação

A banana, principalmente quando está verde, tem substâncias que protegem as paredes estomacais, favorecendo quem sofre com gastrite e azia. "Um estudo preliminar cita que a fruta possui um flavonoide conhecido como leucocianidina, que previne contra o desenvolvimento de úlceras estomacais", explica o nutricionista Israel Adolfo. Além disso, antes de amadurecer ela tem mais amido, que é digerido primeiramente na boca, o que faz com que o estômago produza menos ácido para efetuar a digestão e irrite menos as paredes estomacais, como ressalta Daniela Jobst. Com o processo de maturação, esse amido vai se convertendo em frutose. Mas é preciso cuidado com um tipo em específico. "A banana nanica é ácida, não sendo indicada para quem tem gastrite", alerta a nutricionista Nicole Trevisan.
 
Limão - Foto: Getty Images

Limão para quem tem diabetes

A maior parte dos benefícios da fruta é voltada para a saúde do coração, que não deixa de ser prejudicada quando a pessoa tem diabetes, já que a alta da glicose no sangue desgasta e prejudica as artérias e veias. "A alta concentração de ácido nicotínico no limão protege as artérias, prevenindo problemas cardiovasculares, uma tendência para quem tem a doença. O alimento também diminui a viscosidade do sangue, o que é essencial, uma vez que, junto com o diabetes, existem alterações que predispõe a um maior risco de trombose", ensina a nutricionista Daniela Jobst.

Ele também evita hemorragias, devido à presença de ácido cítrico e ácido ascórbico, o que é vantajoso ao paciente com diabetes devido a sua dificuldade de cicatrização. Por fim, a parte branca do limão e a casca também contém pectina, "quando ela é dissolvida em água, produz uma massa viscosa que auxilia no trânsito intestinal e na saciedade, retardando a absorção dos açúcares", desvenda Nicole Trevisan. Isso evita picos glicêmicos, inimigos de quem tem diabetes.
 
Uva - Foto: Getty Images

Uva para proteger o envelhecimento celular

Frutas de cores avermelhadas são ricas em antioxidantes. "Eles são compostos necessários para neutralizar os radicais livres, evitando assim que reajam com alguma célula e as destruam. Eles são naturalmente formados em nosso organismo nas reações metabólicas habituais e em situações como estresse, consumo de álcool, tabagismo, entre outros", define Israel Adolfo. Normalmente, os radicais livres são causadores de lesões nas células e tecidos, o que pode provocar diversas doenças à longo prazo. A uva é uma fruta rica em antioxidantes, principalmente na casca e na semente. "As pró-antocianidinas, presente nas cascas e sementes da fruta, são considerados super antioxidante, 20 vezes mais potente que a vitamina C e 50 vezes mais que a vitamina E", explica a nutricionista Daniela Jobst.
 
Acerola

Acerola para aumentar a imunidade

A laranja que nos perdoe, mas não há fruta com mais vitamina C do que a acerola. De acordo com a Tabela Brasileira de Composição dos Alimentos (TACO) da Unicamp, uma laranja tem cerca de 57 mg de vitamina C, contra 104 mg, aproximadamente, de uma única acerola. E o nutriente é muito importante para o sistema imunológico, pois participa da produção das células de defesa do organismo além de modular o funcionamento da nossa proteção natural. "Encontramos vários artigos que ressaltam a importância desta vitamina no aumento e manutenção da atividade de células do sistema imunológico, como, por exemplo, os mastócitos e macrófagos", considera o nutricionista Israel Adolfo.
 
Morango - Foto: Getty Images

Morango para blindar o coração

Um estudo conduzido pela Harvard School of Public Health em Boston (Estados Unidos) em 2013 demonstrou que mulheres que consumiam morangos e mirtilos tinham menos chances de infartos do miocárdio. A grande responsável pelo benefício é uma substância chamada antocianina, presente em frutas de coloração vermelha e azul. "Ele também ajuda a reduzir a pressão graças à procianidina", acrescenta Daniela Jobst, nutricionista funcional a clínica.

terça-feira, 14 de maio de 2013

Carboidratos, muita energia para você

Não é por causa deles que você engorda, então nada de cortes no cardápio

Famosos pela energia que oferecem ao corpo, os carboidratos carregam consigo um outro carimbo e esse, nem tão positivo: normalmente, eles são apontados como os responsáveis pelas subidas do ponteiro da balança. Confie apenas na primeira parte da afirmação e repense a idéia de cortar os alimentos ricos em carboidratos do menu. O nutriente é, sem dúvida, a melhor fonte de energia para o nosso organismo e relacioná-lo ao aumento de peso é apenas um mito. Cada grama contém 4 calorias, mesmo número apresentado em um grama de proteína. (Mas afinal, o que são calorias? guia/calorias).

Os carboidratos devem ser predominantes na alimentação. A recomendação é que eles façam parte de 50 a 60% do valor calórico total do cardápio diário, seja para quem quer perder, manter ou ganhar peso , afirma a responsável pela equipe nutricional do Minha Vida, Roberta Stella. Em uma dieta de 1.400 kcal, por exemplo, a quantidade de carboidratos resultaria em aproximadamente 175 g.
Arroz é uma das fontes do nutriente que oferece energia
Ao eliminar de vez o macronutriente da alimentação, sintomas como dor-de-cabeça, irritação, cansaço físico e mental podem aparecer. O segredo, além de ficar de olho na quantidade, é optar pelos diferentes tipos do nutriente, de acordo com seu objetivo.

Simples ou complexos?

Classificados em simples e complexos, os carboidratos desempenham papéis distintos no organismo. Os primeiros são encontrados nos doces, no leite e nas frutas, têm um teor maior de glicose e, por isso, são digeridos mais rápido. Isso quer dizer que, depois de se deliciar com algum alimento rico em carboidratos simples, você não demora a sentir fome novamente. As frutas, por também serem ricas em vitaminas, fibras e sais minerais, são as melhores opções para obter essa variação do nutriente.
Já os complexos garantem uma saciedade prolongada por terem digestão mais lenta. Encontrados nos cereais, arroz, pães e massas, eles são ainda mais eficientes quando obtidos pela versão integral, pois as fibras colaboram para que o estômago demore mais tempo para pedir comida. (Além de ser rica em fibras, a aveia esconde muitas outras vantagens).
E a classificação do nutriente não pára por aí. Os carboidratos simples e complexos se dividem em subgrupos, que levam nomes diferentes por causa da quebra que sofrem após o início do processo digestivo. Confira as características de cada um.

Atente às armadilhas

Frutas são mais opções para encher o prato de disposição
A soma de calorias, porém, está longe de ser a única ferramenta para montar o cardápio adequado. A especialista do Minha Vida alerta que as calorias são apenas um item a ser considerado na elaboração de uma dieta. Também é preciso prestar atenção na quantidade de macronutrientes (carboidratos, proteínas e gorduras) e de micronutrientes (vitaminas e sais minerais). Só somar as calorias não significa que a alimentação seja adequada .

Dissacarídeos
Dentro do grupo dos carboidratos simples, os dissacarídeos se dividem em sacarose, lactose e maltose.
A sacarose é o açúcar de mesa. Também é encontrada na cana-de-açúcar, na beterraba, no xarope de milho, nos legumes, nas frutas e no mel. Durante o processo digestivo, ela é convertida em glicose e galactose, denominadas como monossacarídeos (leia abaixo). O leite e seus derivados são fontes da lactose, que, na digestão, também dão origem à glicose e à galactose. A maltose não é encontrada na forma livre dos alimentos. Ela é obtida através da quebra de grandes moléculas de amido e, em seguida, reduzida a duas moléculas de glicose.

Monossacarídeos
Também participantes do grupo dos carboidratos simples, os monossacarídeos são representados pela glicose, galactose e frutose.A glicose está presente em grande quantidade nas frutas, no xarope de milho, nos legumes e no mel. Trata-se de uma ótima fonte de energia, já que o sistema nervoso central, muitas vezes, conta apenas com ela para oferecer pique ao corpo. Enquanto a frutose desempenha um papel semelhante e é encontrada em abundância nas frutas. A galactose, por sua vez, surge a partir do processo digestivo da lactose, presente no leite e seus derivados.

Polissacarídeos
Representados pelo amido, pelo glicogênio e pelas fibras alimentares, eles são o time mais famoso dos carboidratos complexos.
O amido é obtido somente pela ingestão dos vegetais. Já o glicogênio não é adquirido por nenhum alimento. Eles são uma forma de estocagem natural de carboidratos, no fígado e nos músculos. Por não serem digeridas pelo organismo, as fibras somam muitas vantagens. Além de auxiliarem no regulamento do intestino, elas não contêm calorias. Conte com as frutas, legumes e verduras para obtê-las.

Oligossacarídeos
Outros participantes do grupo dos carboidratos complexos são os oligossacarídeos. Para recorrer a eles, coma aspargo, alcachofra, banana, trigo, soja e mel. Uma de suas representantes é a maltodextrina, obtida pela quebra dos amidos. A substância é conhecida pela capacidade de substituir o açúcar, somando o benefício de ser menos calórica (cada grama apresenta 1,5 caloria contra 4 da mesma quantidade de sacarose).

A maltodextrina também é famosa entre o pessoal que pega pesado na atividade física. Quando os exercícios são de longa duração (levam mais de 90 minutos), ela é recomendada em gel ou pó e é garantia de pique para os praticantes. A quantidade depende da intensidade e duração dos exercícios, mas o indicado é que a concentração da substância no líquido varie entre 5 a 8%. Para um atleta que ingere 750 ml de água a cada hora que se exercita, por exemplo, indica-se 30 g de maltodextrina. Mas somente um especialista em nutrição esportiva é capaz de fazer o cálculo para cada nível de atividade física.

Oito lições da dieta do suco verde para perder peso

A dieta do suco verde é a nova sensação do momento, caiu tanto na boca do povo quanto no copo das famosas. Mas o que não falta são manuais de como fazê-la. Tem gente que a troca por uma refeição, outros a substituem por várias. "Tecnicamente não existe uma 'dieta do suco verde', apenas a adoção dessa bebida para a alimentação", explica a nutricionista funcional e clínica Roseli Rossi.

A promessa de emagrecimento é de até 5 kgs por mês, caso o suco sacrifique uma das grandes refeições do dia (café da manhã, almoço ou jantar). Mas sair por aí trocando o almoço ou jantar pelo suco e mexer como bem quiser no próprio cardápio pode trazer prejuízo à saúde. "Em longo prazo, ao fazer a dieta sem acompanhamento, a tendência é caminhar para uma perda balanço nutricional", pondera Roberto Navarro, nutrólogo e membro da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN).

O suco tem entre seus ingredientes básicos couve, aipo, pepino e espinafre, e é sempre adicionado de uma fruta. Ele pode levar também algum grão funcional e o líquido usado para sua diluição também é variado, como chás, sucos, água ou água de coco. Os maiores trunfos da bebida para ajudar no emagrecimento são o seu efeito desintoxicante, a união entre consumo de fibras e hidratação e o coquetel de nutrientes proporcionado pelo mix de frutas e vegetais das receitas. De acordo com Roseli, a fórmula depende muito da intenção e das necessidades de cada um.

"É possível perder peso de forma gradual e segura com o suco verde, aliando a bebida à uma dieta equilibrada", aponta a nutricionista. Conversamos com os especialistas para entender melhor de que forma adicionar essa o suco verde ao dia a dia pode ser saudável, e aprendemos que quando feita da forma certa, essa dieta pode trazer vários benefícios. Confira as maiores lições e também a forma certa de inserir o suco verde no dia a dia sem desvantagens para a saúde:
  • Vegetais - Foto: Getty Images
  • Suco verde desintoxicante - Foto: Getty Images
  • Beber água é importante - Foto: Getty Images
  • Nutrientes - Foto: Getty Images
  • Alimentação balanceada - Foto: Getty Images
  • Nutricionista - Foto: Getty Images
  • Comendo em excesso - Foto: Getty Images
  • Importância de mastigar - Foto: Getty Images
 

Incluir mais vegetais na dieta

De acordo com a pesquisa Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) feita em 2011 pelo Ministério da Saúde, cerca de 20% da população brasileira consome a quantidade de frutas e vegetais recomendada pela Organização Mundial de Saúde, que é de 400 gramas por dia. O resto todo consome menos do que isso.

Por isso mesmo, os especialistas consideram a adoção do suco verde uma boa pedida. "Para quem não come nada de verduras, mas decide ingerir esse suco, a ideia da dieta acaba sendo muito bem-vinda. Ele equivale a uma porção de fruta e uma porção de verdura, e o indicado é no máximo cinco das primeiras e no mínimo quatro das últimas ao dia", ensina Roberto Navarro, nutrólogo e membro da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran). Ele acaba sendo mais bem aceito do que as saladas, justamente por camuflar o sabor de itens como a couve, mas não pode ser a única hora em que você vai consumir vegetais durante o dia. "O uso da fruta mascara gostos nem sempre tão bem aceitos, por isso tem gente que só consegue comer esses itens com essa apresentação", explica a nutricionista clínica e funcional Roseli Rossi.
                   
Suco verde desintoxicante - Foto: Getty Images

Desintoxicar nosso organismo

Outra característica que todos os ingredientes desse suco têm em comum é a propriedade de desintoxicar nosso organismo. Esse processo é feito no fígado, e alguns nutrientes ajudam a fazer com que ele ocorra. "É o caso dos compostos cidrilicos, presentes na couve e no espinafre, mas também em alimentos como alho e cebola", conta Navarro.

Porém, não podemos confundir a dieta do suco verde com a dieta desintoxicante, também conhecida como a dieta detox. "Na última, há uma série de outros alimentos, como a preferência por apenas proteínas magras, no caso as carnes brancas, por exemplo", assinala a nutricionista Roseli Rossi. Porém, o suco poderia fazer parte dessa dieta e, muitas vezes, a bebida é incluída no cardápio da detox.
Beber água é importante - Foto: Getty Images

Aliar fibras e líquidos

Uma das maiores vantagens do suco é aumentar a quantidade de fibras da alimentação, já que esses vegetais as têm em grandes quantidades. A presença dessas substâncias colabora para o trânsito intestinal, ajuda a tornar mais lenta a digestão do colesterol e da glicose, evitando seus picos no sangue, entre diversos outros benefícios. Mas todos esses efeitos só dão certo com o consumo proporcional de água, outra vantagem do suco. Afinal, além de ter algum líquido para dar a consistência de suco ao alimento, os próprios ingredientes tem um bom teor de água. Mas atenção: "o suco não pode ser coado, pois o processo retém todas as fibras", alerta Navarro.
Nutrientes - Foto: Getty Images

Alimentar-se levando em conta os nutrientes

No caso do suco verde, seus alimentos base contêm diversos nutrientes muito importantes para o organismo. "Eles são ricos em ácido fólico, em magnésio, ferro e vitamina C. O aipo tem potássio e vitamina K. Já o gengibre tem efeito termogênico, que pode facilitar emagrecimento. E os vegetais verdes escuros têm dois antioxidantes importantes, zeaxantina e luteína, que protegem a saúde ocular" enumera o nutrólogo Navarro.

A clorofila, muito presente nos alimentos de origem vegetal, também faz bem ao nosso organismo. "Ela faz com que haja desintoxicação e alcaliniza o sangue. Quando o corpo está muito ácido, ele fica mais propenso ao aparecimento de doenças. Sua função antioxidante elimina os radicais livres advindos do estresse e da má alimentação", ensina a nutricionista Roseli.
Alimentação balanceada - Foto: Getty Images

Levar uma alimentação mais regrada

Agora, um ponto mais do que fundamental se a ideia é perder peso. Sozinho, o suco não faz milagres. Levar uma alimentação desregrada, como o consumo de gordura saturada e açúcar em excesso, aliada ao suco não trará os resultados esperados, principalmente se o objetivo principal for emagrecer. "Pode haver uma melhora em qualidade de vida, pois a pessoa passa a ingerir pelo menos um pouco mais de frutas e vegetais. Porém, não haverá tanto emagrecimento se os hábitos alimentares como um todo não forem revistos", pondera Roseli. A importância de repor nas outras refeições os nutrientes não ingeridos através do suco se dá devido ao perigo de uma perda no balanço nutricional. "Se o suco substitui café da manhã, almoço ou jantar vai haver uma carência de alguns nutrientes, que pode ocasionar diversos problemas de saúde", assinala Navarro.
Nutricionista - Foto: Getty Images

Ter acompanhamento especializado

A base da dieta é a substituição de uma refeição pela bebida. Enquanto alguns podem torcer o nariz para esse tipo de prática, saiba que ela tem o aval de nossos especialistas. "De uns anos para cá estudos vem demonstrando que isso pode ser feito, desde que apenas uma refeição seja substituída e as outras sejam extremamente equilibradas em nutrientes e grupos alimentares", expõe o nutrólogo Navarro. Por isso mesmo, é preciso e é importante ter um acompanhamento de um nutricionista, que poderá montar um cardápio completo e equilibrado para as necessidades de cada paciente.

Porém, nada de pensar em trocar o almoço por um copo da mistura, nas refeições principais o ideal é que se tenha um equilíbrio entre os macronutrientes. "Por mais que você coloque sementes, água de coco e alimentos diversos, essa bebida nunca vai ter a quantidade ideal de proteínas, por exemplo, que justifiquem a troca pelo prato do almoço", ressalta a nutricionista Roseli. A indicação da especialista é você substituir o item por um lanche da manhã ou da tarde, e se consumir a noite, apenas o faça cerca de duas horas após o jantar, para que a refeição anterior não atrapalhe a absorção dos nutrientes do suco.
Comendo em excesso - Foto: Getty Images

Tomar cuidado com os excessos

Quando a dieta é feita substituindo apenas um dos lanches, ela pode ser feita pelo tempo que o paciente quiser ou, ao menos, não enjoar. "Alguns estudos citam um ou dois meses para dietas de substituição, antes que fique monótono", ensina Navarro. Mas ela deve ser parada imediatamente quando o paciente sentir sintomas como fermentação, náuseas e estufamento, normalmente causados pelo excesso de fibras.

Outro ponto importante fica a cargo da quantidade de suco ingerida, não dá para tomá-lo indiscriminadamente. O indicado é de 200 a 250 ml por dia, apenas na refeição escolhida para ser substituída. Consumir as fibras em excesso pode causar os sintomas já citados, e o ácido fólico, que também é encontrado em grande quantidade nesse suco, se estiver sobrando em nosso organismo começa a causar prejuízos, eliminando alguns nutrientes, como avisa a nutricionista Roseli.
Importância de mastigar - Foto: Getty Images

Mastigar também é importante

A mastigação acaba ficando um pouco em falta nessa dieta. "O alimento sólido dá mais saciedade, pois demora mais tempo para ser digerido. Ao bater os ingredientes, o liquidificador faz o trabalho dos nossos dentes e estômago", compara Roseli. Além disso, o ato de mastigar faz bem para a saúde bucal e desenvolvimento dos dentes. Mas para ambos os especialistas, tornar apenas uma refeição líquida não traz problemas, já que as outras terão como base os alimentos sólidos.

Suco verde desintoxicante

A bebida é feita com salsinha e laranja persa


½ folha de couve manteiga (crua)
1 fatia de melão
1 copo de suco de laranja persa (sem açúcar)
½ colher de sobremesa de suco de limão
½ colher de sobremesa de salsinha (seca)
1 talo de salsão
½ unidade média de pepino (cru) com casca

Modo de Preparo

Higienize os vegetais e bata todos os ingredientes no liquidificador até obter uma mistura homogênea. Sirva a seguir.

Valores Nutricionais

Calorias: 103 Kcal
Proteínas: 4 g
Lipídios: 0,40g
Colesterol: 0,00 mg
Carboidratos: 24 g
Fibras: 3 g
 
 

Suco verde energizante

Feito com hortelã, gengibre e maçã para dar mais pique no dia a dia


2 fatias finas de beterraba crua sem casca
1 pires de chá de espinafre (cru)
1 unidade pequena de maçã com casca
1 colher de café de gengibre (fresco) ralado
½ colher de sopa de óleo de coco
1 colher de sopa de hortelã
1 xícara de chá verde sem açúcar (infusão)

Valores Nutricionais

Higienize os ingredientes e bata todos no liquidificador até obter uma mistura homogênea. Sirva em seguida.

Valores Nutricionais

Calorias: 129 Kcal
Proteínas: 2 g
Lipídios: 6 g
Colesterol: 0,00 mg
Carboidratos: 17 g
Fibras: 2 g
 
 

Suco verde com maçãs e água de coco

Ele limpa as toxinas do corpo e ajuda a perder peso

½ maçã verde pequena
½ maçã vermelha grande
2 colher de sopa de suco de limão
1 unidade pequena de água de coco (200ml)
1 colher de sopa de salsinha (crua)

Modo de Preparo

Bata todos os ingredientes no liquidificador, até obter uma mistura bem homogêna. Sirva em seguida e decore como desejar.

Valores Nutricionais

Calorias: 125 Kcal
Proteínas: 1 g
Lipídios: 0,48 g
Colesterol: 0,00 mg
Carboidratos: 31 g
Fibras: 1g

terça-feira, 7 de maio de 2013

Raiva: explodir ou guardar?

Interpretar esse sentimento ajuda a manter relacionamentos e lidar com tristezas
 
 
 
 
 
A raiva é um dos sentimentos mais comuns e também um dos mais negados e difíceis de lidar. Normalmente, as pessoas ficam entre dois extremos: extravasar a raiva ou contê-la. Mas nenhuma dessas duas alternativas deve ser seguida ao extremo, pois podem prejudicar a própria pessoa e abalar o relacionamento com outros. Entenda por que e saiba a melhor forma de lidar com essa situação.

Sem controle

Extravasar a raiva sempre que ela surgir, como alguns aconselham, não é adequado e nem sábio. Isso pode até gerar um alívio momentâneo, mas, e depois? Grandes estragos são feitos nos relacionamentos em nome desse "extravaso". Uma palavra falada num tom agressivo, mesmo que num momento de raiva, pode estragar amizades e criar muitas barreiras.
Existem alguns distúrbios psiquiátricos nos quais as pessoas não conseguem conter seus impulsos agressivos, é o caso do distúrbio explosivo intermitente, por exemplo. A pessoa não consegue controlar seus impulsos agressivos e tem momentos de explosões raivosas, destruindo objetos ou agredindo pessoas. Nesses casos, é preciso fazer tratamento psicoterápico e até medicamentoso para conseguir conviver em família e sociedade sem causar danos a si ou a terceiros.
Infelizmente o que vemos é que grande parte das pessoas que agridem verbal ou fisicamente filhos, cônjuges, pais, amigos e conhecidos não possuem tal distúrbio. São pessoas que não aprenderam desde pequenos a lidar com as frustrações que fazem parte da vida e do convívio social.

Sentimento sufocado

"Se você fizer uma análise honesta sobre o que o deixou com raiva, encontrará uma tristeza por alguma perda, uma expectativa que não se concretizou, uma rejeição, uma mágoa e muitas outras coisas que nos entristecem."
No outro extremo, estão pessoas que não conseguem expressar um mínimo de descontentamento ou raiva diante daquilo que as prejudica ou fere. Essas pessoas sofrem porque não querem ver o outro sofrer. Elas acreditam que dizer "não" e manifestar indignação ou raiva são atitudes que farão delas uma pessoa "má". Normalmente, essas pessoas buscam a psicoterapia porque se sentem sufocadas e têm dificuldade de reagir.

Equilíbrio de forças

O difícil, mas não impossível, é encontrar um equilíbrio entre esses dois extremos. A raiva é um sentimento que tem sua função no psiquismo. Ela sinaliza que fomos injustiçados, traídos, rejeitados, caluniados... E por aí vai. Além disso, todo sentimento de raiva esconde uma tristeza por trás dele. É só você parar e pensar na última vez que sentiu raiva. Se você fizer uma análise honesta sobre o que o deixou com raiva, encontrará uma tristeza por alguma perda, uma expectativa que não se concretizou, uma rejeição, uma mágoa e muitas outras coisas que nos entristecem.
É muito mais fácil reconhecer que estamos com raiva do que tristes. A raiva nos dá a sensação de sermos fortes e poderosos. Muitas pessoas acreditam que, se disserem que estão tristes, parecerão frágeis e vulneráveis perante os outros. No entanto, é preciso questionar essa crença. A nossa força não está na raiva, mas sim na coragem de tomar consciência dos próprios sentimentos e daquilo que nos faz sofrer e, se possível, encontrar um jeito de lidar com isso.
Embora seja difícil, esse exercício favorece os relacionamentos. Se conseguirmos falar para o outro o que nos deixou triste e que não queremos mais que aquilo aconteça, em vez de explodir e colocar para for a toda a nossa raiva, evitaríamos muitos rompimentos, mal entendidos e distanciamentos nos relacionamentos.

Emagreça com o óleo de côco..


quinta-feira, 2 de maio de 2013

Proteína é vista como importante aliada no emagrecimento, diz estudo

Nutriente ganha destaque no prato de 43% das mulheres que não querem ganhar peso

 Dieta da proteína, Dieta de Atkins, Dieta Dunkan, dieta de South Beach. Você provavelmente já ouviu falar de alguma delas ou conhece alguém que já tentou fazê-las. Segundo o International Food Information Council Foundation, 50% dos consumidores têm interesse em adicionar proteína à dieta e 37% acredita que o nutriente ajuda no emagrecimento. Em um novo estudo, realizado pela Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, e que estará na edição de maio/junho do periódico do The Journal of Nutrition Education and Behavior, pesquisadores relatam que há uma proporção relativamente alta de mulheres que adotam a prática de consumir mais proteína para prevenir o ganho de peso e emagrecer.

O estudo avaliou 1.824 mulheres, com idades entre 40 e 60 anos, com três objetivos principais: descobrir suas impressões sobre fontes e necessidade de proteína, identificar a frequência do uso da prática de comer mais proteínas para prevenir o ganho de peso e, por fim, comparar o consumo de proteína relatado à frequência da prática de comer mais proteína para prevenir o ganho de peso.

A maioria das mulheres identificou corretamente boas fontes de proteínas e soube indicar a necessidade diária de proteína recomendada. O hábito de comer mais proteína foi reportado por 43% das mulheres e por mais da metade das mulheres obesas como estratégia para prevenir o ganho de peso e emagrecer. Dois fatores que comprovaram a eficácia desse hábito das mulheres foram a quantidade de proteína consumida - que estava adequada - e a capacidade de gerenciar o próprio peso.

De acordo com os pesquisadores, as participantes que disseram que perderam peso "comendo mais proteína" apresentavam um consumo de proteínas próximo ao sugerido pelo 2010 Dietary Guidelines Advisory Committee. Ainda de acordo com os responsáveis pelo estudo, a obesidade é uma doença cada vez mais comum, e identificar as práticas mais eficazes para manter e reduzir o peso é muito importante.

Vantagens e desvantagens

Derivada da dieta das proteínas, uma das dietas mais faladas ultimamente, é a dieta Dukan, popularizada por estar presente no prato de celebridades como a Princesa Kate Middleton. Conversamos com um time de nutricionistas, que explicaram como a dieta funciona e quais os prós e contras de adotar esse método para emagrecer.

                            
mulher dormindo no escritório - Foto Getty Images

Fase de ataque: comer só proteínas elimina peso, mas não dá energia

A primeira etapa da Dieta Dukan tem duração de dois a sete dias e representa a fase mais radical da dieta, em que o foco é o consumo apenas de proteínas. São permitidos os seguintes alimentos: carnes magras, fígado, rins, aves, peito de peru ou frango, frutos do mar, iogurte, queijos ou leite desnatado e ovos. Além disso, a dieta prevê o consumo de três colheres de aveia por dia, para manter o intestino funcionando.

Prós: Ingerir apenas alimentos que fornecem principalmente proteínas pode levar ao emagrecimento rápido, dando mais motivação. A possibilidade de comer os alimentos desse grupo à vontade, em qualquer quantidade e horário, também pode ser um incentivo.

Contras: A restrição abrupta dos carboidratos pode causar sérios prejuízos ao organismo. "Sem a glicose proveniente dos carboidratos, o sistema nervoso pode ficar comprometido, sem energia, e podem surgir sintomas com letargia, fadiga (central e periférica) e irritabilidade", diz o nutricionista e fisiologista Ricardo Zanuto, de São Paulo. Com a falta de carboidratos, o corpo tende a converter gordura em energia acarretando na liberação de substâncias chamadas corpos cetônicos, que em altos níveis podem ser prejudiciais às células e causar desconfortos como mau hálito. "Como não há ingestão de carboidratos, o corpo também passa a queimar massa muscular, nos deixando mais fracos e dificultando a realização de atividades diárias ou exercícios físicos", completa o nutricionista Fábi Lorenzeti, da Universidade de São Paulo. Outro ponto negativo é ingestão insuficiente de fibras (presentes em verduras, legumes, cereais e frutas), que são responsáveis por auxiliar no funcionamento gastrointestinal normal, resultando em gases, desconforto gastrointestinal e dificuldade de evacuação. A inclusão do farelo de aveia pode até ser uma vantagem, mas as três colheres podem não ser suficientes para manter o intestino funcionando, e uma dieta deve ser variável e outros alimentos também podem ser usados como fontes de fibras. "O farelo de aveia é um exemplo de fibra solúvel, mas outras fontes como chia, linhaça e centeio também são bem-vindas", completa a nutricionista Fernanda Amorim Nascimento, do Centro Universitário Celso Lisboa, no Rio de Janeiro.
mulher fazendo cara feia para a salada - Foto: Getty Images

Fase de transição: legumes e verduras são permitidos

O período de transição dura até a pessoa atingir a meta de peso que procura. Nessa fase, alguns legumes e verduras são gradualmente adicionados, mas um dia da semana deve ter sempre o consumo exclusivo de proteínas, como na primeira etapa. Durante a fase de transição é recomendado o consumo de no mínimo 1,5 litros de água ao dia. Os legumes permitidos são: pepino, berinjela, tomate, rabanete, palmito, acelga, aipo, cogumelos, escarola, espinafre, repolho, alho-poró, abobrinha e vegetais folhosos.

Prós: semelhante a fase anterior, esta será caracterizada pela redução de medidas, já que apresenta consumo elevado de proteínas e baixo consumo de carboidrato - presentes agora apenas nos vegetais que são adicionados ao cardápio. Os legumes devem ser consumidos grelhados, crus, refogados ou no vapor, sempre com pouco óleo ou, preferencialmente, com azeite de oliva que é rico em gorduras insaturadas, boas para saúde do organismo. As frituras, que lotam os alimentos de gorduras nocivas ao organismo, são proibidas.

Contras: o consumo destes vegetais aumenta nessa fase, mas o valor nutricional da dieta continua sendo muito pobre. "Ainda que esses legumes e vegetais contenham carboidratos e fibras em sua composição, as quantidades não são suficientes, causando os mesmos problemas da etapa anterior", diz a nutróloga Sylvana Braga, de São Paulo. "Essa fase da dieta também não conta com a presença de frutas, que são ricas em vitaminas e sais minerais importantes para o bom funcionamento do nosso organismo."
mulher se pensando - Foto: Getty Images

Fase de consolidação: muita restrição, pouca aderência

A terceira etapa dura dez dias para cada quilo perdido, e nela são reintroduzidos alimentos como frutas (exceto banana, uva, cereja e frutas secas), pão integral (duas fatias por dia), uma porção de queijo amarelo por dia e duas porções de alimentos ricos em amido (batata, arroz) por semana. Outra mudança é o advento das refeições"de festa", nas quais você come os alimentos que quiser, desde que não repita duas porções da mesma coisa, e são apenas duas refeições permitidas por semana. Ainda é necessário cumprir um dia por semana de proteína pura.

Prós: o nutricionista Ricardo explica que nessa fase ocorre a introdução de fontes de carboidratos mais substanciais (pães, arroz), melhorando o funcionamento do intestino e proporcionando mais vitaminas e minerais, fazendo com que o organismo funcione melhor.

Contras: "O cérebro utiliza uma média de 100g de glicose por dia para funcionar adequadamente todos os dias, e nenhuma das fases consegue atingir essa quantidade", afirma o nutricionista Omar de Faria, do Centro de Longevidade Golden Spa, em Brasília. "E isso é extremamente prejudicial até para a capacidade cognitiva da pessoa", completa. Além disso, a restrição das duas primeiras fases faz com que o metabolismo fique mais lento, devido a perda de massa magra (os músculos) fator que pode dificultar o emagrecimento ou mesmo a manutenção do peso. Isso porque num emagrecimento saudável há a queima gordura e preservação dos músculos. Essa massa muscular demanda mais energia do organismo, fazendo o metabolismo acelerar e queimar a gordura em excesso. "Com o acréscimo de carboidratos e da 'refeição livre', a tendência natural do organismo é estocar energia e manter o metabolismo mais lento, resultando em maiores estoques de gordura e menor concentração de massa muscular", afirma o nutricionista Fábio.
mulher comendo salada - Foto Getty Images

Fase de estabilização: o perigo do efeito sanfona

A quarta fase deve durar para a vida toda, como forma de manter o peso conquistado. Ela é baseada em três regras básicas: a fase de ataque deve ser repetida uma vez por semana, a pratica de atividade física deve ser mantida e o consumo de três colheres de aveia por dia deve continuar obrigatório. Volta-se a uma alimentação normal, sempre muito equilibrada.

Prós: "Nesta fase o ponto positivo é a orientação para uma dieta equilibrada, que é o caminho certo para o emagrecimento ou manutenção do peso", afirma o nutricionista e fisiologista Ricardo.

Contras: Não há uma orientação correta a ser seguida no que diz respeito a uma alimentação equilibrada - não existe uma especificação de quantas refeições devem ser feitas, quais as quantidades de cada alimento, dentre outras recomendações básicas para uma dieta saudável. "Isso favorece o descontrole e o ganho de peso, que de alguma forma pode ser compensado com a perda de massa muscular resultante do dia exclusivo de proteína", diz o nutricionista Omar.
fatia de laranja dentro da água - Foto Getty Images

Pode água, chá e café, mas qual a quantidade saudável?

A recomendação para consumo de líquidos varia conforme a fase da Dieta Dukan. Na primeira etapa, o ideal é consumir entre dois a três litros, incluindo água, chás e café, enquanto que nas fases seguintes é recomendada a ingestão mínima de 1,5l de líquidos.

Prós: "Uma dieta rica em proteínas de fato pede uma ingestão maior de água, para evitar o acúmulo de resíduos e metabólitos derivado das proteínas", afirma Omar Faria.

Contras: "A necessidade do consumo de água varia para cada pessoa e dependerá da fase da vida, idade, atividade física, dentre outros fatores, nunca esquecendo que a recomendação da Organização Mundial de Saúde é de dois litros por dia", explica a nutricionista Fernanda. Além disso, a inclusão desordenada de chás e cafés na dieta pode gerar deficiências nutricionais, principalmente quando estes são consumidos junto às grandes refeições (almoço e jantar). "Por serem ricos em cafeína, eles competem com a absorção do mineral ferro, por exemplo", diz. Outro problema do baixo consumo de água é a chance de a pessoa ter uma leve sobrecarga renal.
mulher cansada na academia - Foto Getty Images

Incentiva os exercícios, mas não dá energia para encarar a academia

A Dieta Dukan recomenda a prática de exercícios regulares, como uma caminhada de pelo menos 30 minutos todos os dias. Fora isso, é incentivada a prática de atividades físicas, como musculação ou exercícios aeróbicos.

Prós: a inclusão de atividade física é sempre recomendada, desde que as condições cardiovasculares tenham sido avaliadas anteriormente por um médico. "Os exercícios promovem aumento no gasto energético, redução do colesterol e da pressão arterial e auxiliam na manutenção do peso saudável", declara a nutricionista Fernanda. A musculação ajuda a formar músculos, a massa magra necessária para fazer o corpo queimar gordura, favorecendo o emagrecimento ou a manutenção do peso.

Contras: com a falta de carboidratos, é muito provável que a atividade física resulte em uma hipoglicemia, a queda dos níveis de açúcar no sangue que pode levar a desmaios. "Mesmo a caminhada pode resultar nesse quadro, pois mesmo essa atividade requer carboidrato, que talvez não se encontre disponível no corpo", alerta o nutricionista Osmar. Além disso, a fadiga proporcionada pela falta de carboidrato pode desencorajar a prática.
mulher se pensando - Foto: Getty Images

Encarar a balança todos os dias

Durante todas as fases da dieta, a recomendação é se pesar pelo menos uma vez ao dia, para ter o controle do peso perdido ou adquirido.

Prós: durante as primeiras fases da dieta, em que a perda de peso pode ser percebida com mais facilidade, pesar-se todos os dias pode favorecer o engajamento.

Contras: como nem todos emagrecem no mesmo ritmo durante um longo período, se pesar todos os dias e não perceber resultados significativos pode gerar ansiedade e estresse, que podem levar à desistência da dieta, exagero alimentar e ganho de peso. "O ideal é o acompanhamento regular do peso, que é variável de caso para caso, mas pode ser realizado a cada sete ou 15 dias, permitindo um acompanhamento saudável da evolução", explica a Fernanda Amorim.

Pílula anticoncepcional: você sabe como usar?

Método contraceptivo deve ser tomado todos os dias, sob orientação médica